Las mujeres en Brasil dicen «No es No»

4.508

Mulheres unidas contra o assédio: Não é não

Por Ciara Carvalho

Paquera, sim. Assédio, não. Para quem não consegue perceber a diferença entre uma coisa e outra, o recado é simples e direto: Não é não. Neste Carnaval, essa frase vai estampar a pele de milhares de mulheres, para deixar claro que o corpo é delas. Nascida no ano passado no Carnaval do Rio de Janeiro, a campanha chegou este ano à folia de Pernambuco, pelas mãos de blocos da terra que ficaram com a missão de espalhar a mensagem e distribuir cinco mil tatuagens entre as foliãs que vão brincar em Olinda e Recife.

A escolha por tatuar na pele o que já deveria estar na cabeça de todos os homens é estratégica. Primeiro porque cria uma identidade visual que ajuda a massificar a ideia. Não é um panfleto que você pega, lê (ou não) e joga fora. Depois porque é o corpo da mulher o alvo do assédio. Nada mais simbólico do que estampar nele o aviso de que há limites que não podem ser ultrapassados.

Em entrevista por telefone ao JC, Luiza Borges, uma das idealizadoras da campanha no Rio, explica que a ideia foi um sucesso tão grande na folia carioca que o grupo resolveu espalhar para outros Estados que tinham igualmente tradição no Carnaval de rua.

“Criamos uma campanha de financiamento coletivo na internet e conseguimos expandir o ‘Não é não’ para outros quatro Estados: Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Pernambuco”, conta. A escolha dos parceiros se deu por identificação. “Fizemos parceria com blocos que já têm um posicionamento claro contra o assédio sexual. Cada Estado recebeu cinco mil tatuagens para distribuir no Carnaval”, conta Luiza.

Os parceiros da campanha em Pernambuco são os blocos Essa Fada, Vaca Profana, Comigo é Assim, Baque Mulher, além da rede Meu Recife. “A ideia da permissividade do Carnaval faz com que as pessoas achem que podem fazer o que quiserem. Então a gente ter uma frase reforçando o combate ao assédio é muito importante”, diz Dandara Pagu, do Vaca Profana. Colega de bloco, Larissa Temônia reforça que “muitos homens ainda não entendem esse limite. Então, é preciso tatuá-lo no corpo, na mão, para ficar claro o recado”.

Apesar do assédio ainda acontecer com frequência, Gabriela Carvalho, do bloco Essa Fada, diz que as mulheres estão mais conscientes, mais empoderadas e mais donas de si e do que querem. “O recado que elas têm passado é ‘meu corpo, minhas regras, minha lei’. É um caminho longo a ser percorrido, mas estamos avançando”, ressalta.

Visibilidade

A visibilidade que o Carnaval dá é uma vitrine importante para a campanha, mas Isa Carral, do Baque Mulher, diz que a mensagem vai para além dos dias de folia. “O assédio acontece o ano inteiro. Então a gente tem que estar discutindo isso o tempo todo.”

Integrante do Comigo é Assim, Hellyda Cavalcanti afirma que a ideia é formar uma rede que envolva os homens não só como alvo, mas também como multiplicadores da campanha. “Quando eles divulgam para as suas famílias, amigos e amigas, estão ajudando a consolidar uma cultura de respeito. E isso interessa a todos.”

Publicado por JCOnline

Não é não: ações no Carnaval do Recife e de Olinda para minar o assédio contra a mulher!

Por Gabriella Autran

Vai ter mulher de body, de biquíni, com roupa curta, vai ter mulher do jeito que ela quiser ir para o Carnaval. Já passou da hora dos homens entenderem que forçar beijo e dar cantadinha desrespeitosa é assédio e nenhuma mulher é obrigada a aturar isso nos dias de folia, quando justamente está ali para fazer o contrário: se divertir. No Recife e em Olinda, vão rolar ações para inibir este tipo de prática e para reforçar a ideia de que mulheres unidas são mais fortes.

O assédio contra a mulher, mais do que nunca, não passará impune neste Carnaval

 

A campanha #AconteceuNoCarnaval, da ONG Meu Recife, já está ocorrendo nas prévias e vai estar nos dias de festa, distribuindo «fitinhas da sororidade», para ajudar uma mulher a identificar a outra que esteja disposta a ajudar em qualquer situação. Também vai funcionar, durante a folia, um canal para reportar casos de assédio. É só mandar #AconteceuNoCarnaval para (81) 9 9140 5869 e receber o conteúdo da campanha

As fitinhas e adesivos da campanha #AconteceuNoCarnaval serão distribuídos nos dias de folia

A Prefeitura do Recife também encabeça ação contra o assédio. A terceira edição da campanha «Como não ser um Babaca no Carnaval» traz o manual com o personagem «Zé Mamão» , que é o típico assediador. A ideia é mostrar o «pegador» ou «machão» como «sem noção» e até criminoso. O material será distribuído nos meios digitais e impresso. Confira:

A Prefeitura do Recife também arma ação contra o assédio durante o Carnaval

E, amiga, lembre-se:

– Sua roupa, curta ou do tamanho que quiser, não dá direito a ninguém de te assediar.

– Seu corpo, suas regras!!!

– Denunciar é muito importante. Por você e pelas outras que sofreram ou sofrerão assédio.

– Uma por todas e todas por uma: ajude a colega quando você achar que ela precisa! (Mulheres unidas são absurdamente mais fortes)

– Arrase na folia. Vá exatamente como quiser. Faça exatamente o que quiser. A vida é sua!

Publicado por FolhaPe

«Não é não»: Las mujeres de Brasil dicen basta al acoso en el Carnaval

El acoso sexual callejero es algo común en muchas partes del mundo y en Brasil se intensifica durante el Carnaval.

Ante esa situación se lanzó la campaña “No es No” para recordar que cuando una mujer dice que no quiere la otra persona debe respetarlo.

Se trata de una campaña hecha por medio de financiamiento colectivo en internet logró recaudar más de 20 mil reales y ahora distribuye 25 mil tatuajes temporales para que las mujeres estampen en sus cuerpos durante este carnaval.

La frase “No es no” para estampar en la piel ya llegó a bloques de siete ciudades, entre ellas São Paulo, Río, Salvador y Recife.

No a besar por la fuerza, no a arrimarse por detrás y no a agarrar por la cintura, no a insistir ante un no es lo que piden las mujeres brasileñas hartas del acoso entorno a sus cuerpos.

En un vídeo divulgado por Internet, las integrantes del grupo explican que la idea empezó el año pasado, cuando 40 mujeres resolvieron producir 4 mil tatuajes para el carnaval de Río. El movimiento tuvo tanto apoyo que se montó una campaña mayor para 2018.

Reconocidas artistas y personalidades de Brasil se han sumado a la campaña y participaron del Carnaval luciendo la estampa “no es no”.

“Cuando hablamos que no es no, hablamos para que las mujeres empoderen su cuerpo, hablamos de que no son obligadas a pasar por eso y que ellas tienen una red de apoyo”, afirma Julia Parucker, una de las impulsoras de la campaña.

Parucker recordó que es un tema que hasta a la Policía parece importarle poco con el asunto, y contó el caso de una chica que durante el carnval en Olinda, en el estado de Pernambuco (nordeste), fue denunciar una agresión sexual y el agente le dijo: “Hija, estamos en carnaval, qué quieres que haga…”.

Por eso la activista consideró que se trata de una “lucha diaria”, pero que es importante que se intensifique el combate contra el acoso en momentos en los que “hay necesidad como en carnaval”.

Para Parucker, el carnaval es especialmente delicado porque los hombres se aprovechan de que es un momento en el que todo el mundo está feliz y bromeando para “pasar las manos”, como poco, porque además se sienten “impunes” y creen que no les va a pasar nada.

Eloísa Honorato, de 31 años, es miembro del colectivo “Maravillosas Cuerpo de Baile”, dijo durante el desfile llamado “Pilantragi”, en Sao Paulo: “Nos reunimos para luchar contra el patriarcado, contra la sociedad que nos oprime, que cree que son dueños de nuestros cuerpos”.

“Estamos todas muy hartas, nadie aguanta más y ahí cuando estamos todas juntas, nos sentimos mas fuertes y creamos una energía que nos protege”, agregó.

En el mismo desgile Luiza Gonçalves, de 21 años, cree que “las mujeres ahora están más empoderadas y conscientes” de no permitir “ninguna situación intolerable”.

Según una encuesta elaborada por la firma Datafolha publicada en diciembre pasado al menos un 42 % de las mujeres brasileñas reconocen haber sufrido acoso sexual en algún momento. Un tercio de ellas admitieron haber sido acosadas sexualmente mientras caminaban por la calle.

Desde hace dos años el número de denuncias por agresión sexual durante el carnaval ha crecido en Brasil, un país en el que más de la mitad de las mujeres (52 %) que han pasado por esas situaciones han decidido silencio, según una encuesta del Fórum Brasileño de Seguridad Pública.

 

Publicado por La Red21

También podría gustarte