Brasil: renuncia la ministra de cultura Regina Duarte sin haber acompañado al sector en la pandemia

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Brasil: renunció Regina Duarte, ministra de Cultura del gobierno de Jair Bolsonaro

La secretaria de Cultura de Brasil, Regina Duarte, la actriz que escenificó durante menos de tres meses una novela de baja audiencia en el Gobierno de Jair Bolsonaro, renunció a su cargo por motivos personales, confirmó el propio mandatario.

La famosa actriz brasileña dejó una larga carrera en el mundo del teatro y la televisión para trabajar de la mano del mandatario como secretaria de Cultura, cargo por el que pasó con más pena que gloria, y en el que no logró brindar el apoyo solicitado al sector cultural, fuertemente afectado por la pandemia del coronavirus.

De acuerdo con el mensaje de Bolsonaro, la reconocida actriz, recordada como “la viuda de Roque Santeira”, abandonó el cargo porque extrañaba a su familia y próximamente pasará a dirigir la Cinemateca Distrital de San Pablo.

“Regina Duarte informó que extraña a su familia, pero para que ella continúe contribuyendo al Gobierno y la cultura brasileña, se hará cargo, en unos días, de la Cinemateca en San Pablo”, señaló el mandatario.

La actriz es la cuarta funcionaria de alto rango del Gobierno de Bolsonaro que abandona el cargo en menos de un mes, lo que ha llevado al país a una crisis política en medio de la urgencia que enfrenta por la pandemia.

El pasado 17 de abril el presidente destituyó al entonces ministro de Salud, Luis Henrique Mandetta, por diferencias frente a la gestión adelantada contra el COVID-19 y una semana después a Sergio Moro, quien se desempeñaba como titular de la cartera de Justicia, renunció a su cargo por la presuntas “interferencias políticas” de Bolsonaro.

En reemplazo de Mandetta asumió el oncólogo Nelson Teich quien también enfrentó diferencias con el jefe de Estado y abandonó el cargo el viernes.

Duarte, que por muchos años fue tratada como la “novia de Brasil” por ser la protagonista de varias de las telenovelas de mayor audiencia en el país, sustituyó en la secretaría de Cultura a Roberto Alvim, quien fue destituido de forma fulminante el pasado 20 de enero tras emular al ministro de Propaganda nazi Joseph Goebbels en un video institucional.

Bolsonaro ofreció entonces el cargo a Duarte, quien cuenta con más de 50 años de carrera y respaldó públicamente al ultraderechista durante la campaña electoral de 2018.

La actriz ganó fama en varios países como protagonista de “Malu Mulher” (1979), una de las series más exitosas de Brasil y en la que interpretaba a una periodista divorciada que en la época lidiaba con asuntos nunca tratados en televisión, como sexo, aborto o drogas.

La actriz, quien también participó en el culebrón “Roque Santeiro” (1985), era aclamada de forma unánime hasta que comenzó a asumir públicamente sus posiciones políticas, especialmente en 2002, cuando fue protagonista de una campaña contra el entonces candidato Luiz Inácio Lula da Silva.

En 2018 declaró su apoyo a Bolsonaro y, en plena campaña, lo visitó en su residencia en Río de Janeiro cuando el mandatario se recuperaba del atentado que sufrió poco antes de las elecciones.

Infobae


Regina Duarte deixa o comando da Cultura depois de semanas de fritura

Por Talita Fernandes, Daniel Carvalho y Gustavo Uribe

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou nesta quarta-feira (20) em suas redes sociais que a atriz Regina Duarte deixará a Secretaria Especial da Cultura de seu governo. O ator Mário Frias, que almoçou com o presidente e sua equipe na terça, é um dos cotados para o cargo.

Há menos de três meses no comando da Cultura, a atriz, que rompeu um contrato de 50 anos com a Globo para fazer parte da gestão de Bolsonaro, assumirá agora a Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

«Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas para que ela possa continuar contribuindo com o governo e a cultura Brasileira assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em São Paulo. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias», escreveu o presidente em suas redes sociais.

Essa é a quarta troca na área de Cultura do governo Bolsonaro, que vem sendo alvo de críticas do setor pela ausência de políticas públicas em especial durante a pandemia do novo coronavírus. O mundo das artes foi fortemente afetado pela crise econômica ocasionada pela pandemia e foi um dos primeiros setores a serem paralisados.

A mensagem de Bolsonaro foi publicada junto a um vídeo que ele gravou com Regina no Palácio da Alvorada pela manhã. A atriz esteve no local ao lado da deputada Carla Zambelli (PSL-SP) que, como mostrou a Folha, fez uma espécie de intervenção na secretaria em meio ao processo de fritura que vive Regina desde o mês passado.

«Vim aqui perguntar para o presidente se ele está realmente me fritando. Porque eu estou lendo isso na imprensa, que eu não acredito mais, mas, de qualquer forma, eu queria que ele me disse pessoalmente: está me fritando presidente?», indaga Regina no vídeo.

«Regina, toda semana tem um ou dois ministros que, segundo a mídia, estão sendo fritados. O objetivo é sempre desestabilizar a gente e tentar jogar o governo no chão. Não vão conseguir. Jamais eu ia fritar você», responde Bolsonaro.

Numa tentativa de minimizar o fato de estar em processo de fritua, Regina diz que vai assumir a Cinemateca e que isso seria um «sonho» para ela.

«Acabo de ganhar um presente, que é o sonho de qualquer pessoa de comunicação, de audiovisual, de cinema, de teatro: o convite para fazer Cinemateca, que é um braço da Cultura que funciona lá em São Paulo e é um museu de toda a filmografia brasileira. Ficar ali, secretariando o governo, dentro da Cultura, na Cinemateca. Pode ter um presente melhor que este? Obrigado, presidente.»

Em um texto quase teatral, os dois apresentam um cenário como se tivesse sido feito um acordo de igual para igual. Nos bastidores, porém, aliados de Regina relatam à reportagem o clima de apreensão e desconforto que ela vinha vivendo.

Ela chegou a desmarcar uma reunião que tinha na terça-feira (19) com o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. A justificativa foi de que ela passou mal após ter um pico de pressão.

Álvaro Antônio, chefe da pasta a que a Cultura é subordinada, teve uma reunião de última hora com Bolsonaro na terça. Para ter uma saída honrosa da secretaria, Regina vinha trabalhando desde então em um projeto para a produção de vídeos que têm como objetivo apresentar as atividades já executadas na pasta desde março, quando ela tomou posse.

Além de Zambelli, de quem Regina é amiga, ela conta com o apoio do secretário de Assuntos Especiais da Presidência da República, o contra-almirante Flávio Rocha. A deputada federal deverá agora indicar nomes para a Cultura, uma vez que as escolhas feitas por Regina foram derrubadas por ela mesma ou por Bolsonaro.

No último final de semana, o presidente já havia comentado com deputados bolsonaristas que a atriz estava disposta a mudar de cargo. Por isso, na terça-feira (19), ele convidou o ator Mário Frias para um almoço no Palácio no Planalto.

No encontro, de acordo com assessores presidenciais, o presidente sondou o ator sobre a possibilidade de ele substituir Regina. Ele se mostrou animado com a hipótese, de acordo com relatos feitos à reportagem. No início do mês, em entrevista à CNN, Frias já havia dito que seria uma honra ocupar o posto.

Na manhã desta quarta-feira, após o encontro com Regina, o presidente sinalizou que Frias é o seu favorito, mas ele disse que, antes de fazer um convite, conversará com outros integrantes da classe artística para tomar uma decisão.

Antes de convidar Regina, Bolsonaro cogitou convidar o ator Carlos Vereza, mas suas críticas recentes ao governo levaram o presidente a desistir de fazer uma nova ofensiva.

Folha de S. Paulo

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