Brasil: comienza el Festival Internacional Sesc de Circo en San Pablo

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Festival Internacional Sesc de Circo chega maior à terceira edição

Nem só para crianças, nem só “para toda a família”. Apesar de carregar essa pecha, a arte circense tem, cada vez mais, desenvolvido uma linguagem sofisticada e produzido espetáculos de qualidade, que fogem do tradicional palhaço. Um panorama destas montagens pode ser visto no Circos – Festival Internacional Sesc de Circo, que começa nesta quinta, 28, a terceira edição, com atrações que vão até 7 de junho.

Se a última edição do Circos, realizada em 2014, trouxe 23 espetáculos de seis nacionalidades, o festival, neste ano, tem 28 apresentações de grupos vindos de 11 países. “O crescimento do Circos não é apenas um reflexo da visão do Sesc”, diz a gerente adjunta de Ação Cultural do Sesc São Paulo, Kelly Adriano de Oliveira. “Vem da ampliação da pesquisa e do crescimento da própria linguagem circense.”

Apesar de ter um tema a cada edição, a linha curatorial é pautada na ideia de mostrar a variedade da produção de circo. Após trazer espetáculos que discutiam as peculiaridades da dramaturgia e as diferentes estéticas, a curadoria selecionou montagens que refletem as próprias mudanças do circo – o que Kelly classifica como metalinguagem.

“Buscamos, de maneira bem poética, espetáculos que mostrassem transformações, momentos­chave que mudaram a história da companhia e do artista”, explica Carolina Garcez, assistente para circo na Gerência de Ação Cultural, que também participou do processo de curadoria.

Nesse sentido, o espetáculo Underart é um dos mais significativos. Após fazer circo por mais de dez anos, em 2005, o diretor sueco Olle Strandberg saltou de uma gangorra para fazer uma cambalhota tripla para trás e acabou fraturando o pescoço. Desde então, ele perdeu os movimentos do pescoço para baixo.

“O acidente me deu uma nova perspectiva sobre a vida e sobre o circo”, diz o diretor em entrevista ao Estado. “Queria continuar trabalhando com o meu corpo e descobri que, de alguma maneira, era melhor eu trabalhar com coreografias do que com acrobacias.” Assim, Strandberg se tornou coreógrafo, produtor e diretor circense. Em Underart, artistas mesclam, é claro, técnicas de dança e circo, em números que abordam o risco constante de quem está em cena.

A transformação também está presente em Cherepaka, da canadense Adréane Leclerc. A artista usa unicamente o contorcionismo para falar sobre a morte de uma tartaruga (em russo, cherepaka). “Eu me inspirei na carne que se decompõe com o tempo em relação ao casco, que atravessa séculos e pode se transformar em fóssil”, diz Adréane. Para ela, essa relação representa a tensão entre o ego e o instinto animal. “O ego superará o instinto animal e tentará calá­lo.”

Dos Estados Unidos, o palhaço Avner The Eccentric mostra Exceções à Gravidade, espetáculo que já foi apresentado em Goiânia, mas é inédito em São Paulo. Com 66 anos, Avner teve uma carreira de sucesso na Broadway e integrou o elenco do longa A Joia do Nilo (1985, direção de Lewis Teague), ao lado de Michael Douglas e Kathleen Turner. Em Exceções, ele se mostra um palhaço que faz graça sem nariz vermelho ou figurinos extravagantes.

Entre as atrações nacionais, os cariocas do grupo Circo no Ato apresentam Febril, que se baseia em obras do colombiano Gabriel García Márquez (1927­2014) – no enredo, o cotidiano de uma trupe de ciganos.

Destaque para Charivari Brasileiro, da companhia Circo Mínimo. O título é inspirado no momento final das apresentações circenses, quando os artistas se despedem do público executando alguns números. Em forma de cabaré, o espetáculo tem, em seu elenco, integrantes de sete escolas de circo (de São Paulo, Pernambuco, do Paraná e Rio de Janeiro).

Além da apresentação, os artistas terão encontros, palestras e workshops com professores de escolas paulistas, fazendo parte da programação formativa, que também cresceu no Circos. “Mais do que se configurar como um lugar de fruição da arte e do circo, a parte de formação é um espaço de desenvolvimento do pensamento da linguagem”, afirma Carolina Garcez.

As atrações do festival Circos vão ocupar 13 unidades do Sesc na capital, além dos espaços da instituição em Osasco e também em Santo André. CIRCOS Unidades do Sesc. De 5ª (28) até 7/6. R$ 7,50/R$ 25 (grátis para crianças até 12 anos).

O Estado de Sao Paulo

Programación

29 maio:
10:00

a.n.j.o.s.

Cia Nau de Ícaros São Paulo, Brasil O espetáculo apresenta Nuno e seus amigos Ana, Nico, Jonas, Olivia e Suriá, a divertida “gangue” dos A.N.J.O.S. Ana procura algo que perdeu. Nico já perdeu pião, sombra e pensamento. Jonas não lembra o que perdeu. Olívia não perdeu nada. Suriá não gosta de perder nem na brincadeira. Já Nuno perdeu algo muito valioso, mas não sabe bem o que é, nem onde encontrar. Em seu quarto, navega por um mar de brincadeiras,…

14:00 — 18:00

m de metáfora

Roberto Magro Itália A força do circo atual reside no poder evocativo das imagens que com técnica podem ser criadas. Através da dramaturgia pode-se estruturar uma narrativa repleta de metáforas entre as histórias, as técnicas, o desenvolvimento do espetáculo e a vida cotidiana do público. Esse curso propõe uma reflexão sobre o fazer circense a partir da dramaturgia e suas metáforas, e pretende questionar quais os caminhos da construção em circo para diretores e artistas. Com Roberto Magro, diretor artístico…

14:30

a.n.j.o.s.

  Cia Nau de Ícaros São Paulo, Brasil O espetáculo apresenta Nuno e seus amigos Ana, Nico, Jonas, Olivia e Suriá, a divertida “gangue” dos A.N.J.O.S. Ana procura algo que perdeu. Nico já perdeu pião, sombra e pensamento. Jonas não lembra o que perdeu. Olívia não perdeu nada. Suriá não gosta de perder nem na brincadeira. Já Nuno perdeu algo muito valioso, mas não sabe bem o que é, nem onde encontrar. Em seu quarto, navega por um mar de…

19:00 — 20:00

febril

Cia. Circo no Ato Rio de Janeiro, Brasil Inédito em São Paulo Uma trupe de ciganos chega a um vilarejo e começa a exibir acrobacias, malabares, dança, teatro, números aéreos e de equilibrismo. A trilha sonora é executada ao vivo, interpretada por alguns deles. A atmosfera é onírica e traduz um universo fantástico, sem precisão de tempo ou espaço. Febril, a sétima produção da Cia Circo no Ato, em parceria com o Circo Crescer e Viver, do Rio de Janeiro,…

20:00 — 20:55

cherepaka

Nadère Performing Art Canadá Inédito no Brasil Num palco escuro, sob um único foco de luz, uma mulher representa a morte de uma tartaruga. Por trás desse acontecimento singelo, existe um questionamento da excessiva ambição humana. A tartaruga carrega em seu movimento lento a dialética entre a eternidade (carcaça) e a morte (a carne dentro dela). O ser humano, segundo a concepção do espetáculo, se corrompe a partir do momento em que tenta construir uma carcaça feita de poder, dominação…

20:00 — 20:15

ritual das esferas

Jorge Ribero e Zuza Magalhães Uruguai/Brasil À medida que Zuza Magalhães toca o didgeridoo, instrumento ancestral, Jorge manipula esferas de acrílico que se movimentam como se fossem bolas de sabão, tamanha a leveza. Cresce a complexidade da música, as esferas se tornam mais numerosas. O malabarista se levanta e os movimentos, antes restritos às mãos, agora são do corpo todo. Corpo e objeto se tornam um só, enquanto ele dança. Eles se apresentam juntos desde 2009. Jorge é palhaço há…

21:00 — 22:00

acelere!

Circolombia Colômbia Estreia Este espetáculo é inspirado na diversidade étnica da Colômbia, com metáforas em que os artistas relacionam suas vidas com as grandes questões nacionais. Os momentos das tomadas de decisões são comparados aos saltos no circo. Afinal, a vida é um risco. Os acrobatas executam seus movimentos enquanto cantam e dançam ao vivo, ao som de uma trilha original que mistura ritmos latinos e caribenhos ao drum’n’bass e jungle londrinos. A companhia profissionaliza jovens formados na escola colombiana…

21:00 — 22:00

clockwork

Sisters Suécia Inédito no Brasil O espetáculo nasceu da obsessão por aprimorar a sincronia entre corpos diferentes, como se juntos pudessem formar uma única entidade. Três artistas fazem movimentos impensáveis, inclusive tocar guitarra a seis mãos. Num certo momento, um deles empurra as cabeças dos outros dois ao longo do corpo, uma de cada lado, até os pés, como se fossem bolas. A roupa escura ajuda, porque faz os corpos “sumirem” e destaca as cabeças. A trilha eletrônica valoriza a…

21:00 — 22:30

confusion

Cie. Les Fusains Suiça Inédito no Brasil Por anos, um homem e uma mulher observaram o comportamento diário das pessoas. O modo de falar, de se movimentar, de reclamar, de se divertir. Os hábitos que, de tão automáticos, podem ser encarados como dramas ou comédias prontas. Livres de máscaras e dispostos a encarar sua própria estupidez, os franceses Pierre Byland e Mareike Schnitker permitem vir à tona seus respectivos clowns teatrais. Discípulo de um dos mais notáveis palhaços europeus, Jacques…

21:00 — 22:20

pals

Cia Ciclícus Espanha Inédito no Brasil Um coletivo itinerante de artistas de circo se despede de um integrante da trupe que morreu. A despedida consiste em encontrar um lugar onde lançar as cinzas, para que o colega possa seguir seu caminho e voltar a se integrar com a natureza. Os intérpretes desmontam uma carroça, cujas peças dão origem a carrosséis e outras estruturas circenses, onde os artistas realizam movimentos delicados, sob uma trilha sonora que vai no mesmo ritmo. Cíclicus…

Circos Sesc SP

 

 

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