Encuentro de la música clásica con la popular

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A união improvável de compositores populares e clássicos no palco do CCBB

Os músicos Mario Sève e |Marcelo Fagerlande uniram forças e lançaram em 2001, o CD “Bach e Pixinguinha”. O trabalho, com Fagerlande, no cravo, e o especialista em choro Mario Sève, no sax tenor e alto, flauta e flautim, uniram faixa a faixa os dois mestres mestres da música. Desde aquele momento, que resultou no encontro do mestre do contraponto Bach (1685-1750) com um recriador da técnica ao jeito brasileiro, Pixinguinha (1897-1973) que Sève pensava em promover outros encontros do gênero. Unir compositores que, afastados pelo tempo ou pela geografia, não se esbarraram de fato, mas que dialogam com eloquência em suas obras. Assim nasceu “Encontros virtuais”, série de concertos que ocupa a partir desta sexta, às 19h30, o Centro Cultural Banco do Brasil.

Por duas semanas, de sexta a domingo, o ciclo de seis concertos vai juntar repertórios de compositores ditos populares e eruditos, a ser defendido por um elenco de 12 músicos que transitam bem por ambas as praias. A abertura fica por conta do reencontro de Mario Sève, Marcelo Fagerlande, Bach e Pixinguinha. Neste sábado, o concerto gira em torno da música do húngaro Béla Bartók (1881-1945) com os sons de Hermeto Paschoal, em encontro comandado por Tomás Improta (piano) e Kiko Horta (acordeom). Neste domingo, os acordes de Mozart (1756-1791) encontram os improvisos de Altamiro Carrilho (1924-2012) através de Maria Teresa Madeira (piano) e Dirceu Leite (flauta).

— Não me sinto inventando nada. Tá tudo aí, porque a música brasileira foi influenciada pela música europeia — diz Sève, responsável pela curadoria da série. — Pixinguinha tem uma afinidade com Bach em cima do contraponto. Bartók e Paschoal talvez seja o casamento mais surpreendente, mas Bartók era musicológo, pesquisador da música popular e Altamiro deixa claro o quanto a música do período clássico está próxima do choro pelo fraseado. A música de concerto da época de Mozart também tinha um caráter virtuosístico e Altamiro tem tudo a ver com isso.

A segunda rodada de espetáculos promove os encontros de Claude Debussy (1862-1918) e Tom Jobim (1927-1994), interpretados por Cristina Braga (harpa) e Sacha Amback (teclados), com participação especial do próprio Sève (sopros). Sábado, dia 27, Frédéric Chopin (1810-1849) e Ernesto Nazareth (1863-1934) seu unem nos pianos de Cristovão Bastos e Maira Freitas. No domingo, dia 28, é a vez de Egberto Gismonti e Villa-Lobos (1887-1959) dialogarem através do Duo Gisbranco (pianos), auxiliado por Jaques Morelembaum (violoncelo).

— Tom Jobim declarou em entrevistas que se inspirava em Debussy. Esta é uma influência explícita. Egberto Gismonti se considera quase um discípulo de Villa-Lobos. Nazareth tinha paixão pelas valsas e Chopin compôs valsas lindas e maravilhosas. — explica Sève.

Para embalar a música em atmosfera ainda mais onírica, e garantir uma viagem através dos tempos à plateia, cada concerto vai contar com uma série de projeções. Produzidas pela Cineviola, elas vão ajudar o público a localizar o repertório no tempo e espaço, exibindo imagens, por exemplo, das cidades onde nasceram os músicos. Algumas animações dialogam com as silhuetas de cidades como Salzburg, Budapest, Nova York e o Rio e céus de diversos locais, mudam de cor e de clima, indo da alvorada ao crepúsculo.

O Globo

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