Brasil: un incendio destruyó por completo el Museo Nacional
Incêndio de grandes proporções destrói o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista
Um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio.
O fogo começou por volta das 19h30 deste domingo (2) e foi controlado no fim da madrugada desta segunda-feira (3). Mas pequenos focos de fogo seguiam queimando partes das instalações da instituição que completou 200 anos em 2018 e já foi residência de um rei e dois imperadores.
A maior parte do acervo, de cerca de 20 milhões de itens, foi totalmente destruída. Fósseis, múmias, registros históricos e obras de arte viraram cinzas. Pedaços de documentos queimados foram parar em vários bairros da cidade.
Segundo a assessoria de imprensa do museu e o Corpo de Bombeiros, não há feridos. Apenas quatro vigilantes estavam no local, mas eles conseguiram sair a tempo.
As causas do fogo, que começou após o fechamento para a visitantes, serão investigadas. A Polícia Civil abriu inquérito e repassará o caso para que seja conduzido pela Delegacia de Repressão a Crimes de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal, que irá apurar se o incêndio foi criminoso ou não.
Falta d’água atrapalhou bombeiros
Pesquisadores e funcionários do Museu Nacional se reuniram com o Corpo de Bombeiros para tentar auxiliar no combate das chamas. O objetivo era orientar o trabalho dos bombeiros numa tentativa de impedir que o fogo chegasse a uma parte do museu que contém produtos químicos. Alguns deles são inflamáveis e usados na conservação de animais raros.
Bombeiros precisaram pedir caminhões-pipa para auxiliar no combate ao incêndio. Segundo o comandante-geral, coronel Roberto Robadey Costa Junior, a falta de carga em hidrantes atrasou o trabalho em cerca de 40 minutos. Foi necessário retirar água do lago que fica na Quinta da Boa Vista para ajudar no controle das chamas.
‘Tragédia’, diz diretor
O diretor do Museu Histórico Nacional, Paulo Knauss, considerou o incêndio «uma tragédia». À GloboNews, Paulo lembrou que o museu foi residência da família real e sede da 1ª Assembleia Constituinte do Brasil.
«É uma tragédia lamentável. Em seu interior há peças delicadas e inflamáveis. Uma biblioteca fabulosa. O acervo do museu não é para a história do Rio de Janeiro ou do Brasil. É fundamental para a história mundial. Nosso país está carente de uma política que defenda os nossos museus», afirmou Paulo Knauss.
Falta de verba e reforma
Apesar de sua importância histórica, o Museu Nacional também foi afetado pela crise financeira da UFRJ e está há pelo menos três anos funcionando com orçamento reduzido, segundo reportagem de maio do Bom Dia Brasil de maio deste ano.
A situação chegou ao ponto de o museu anunciar uma «vaquinha virtual» para arrecadar recursos junto ao público.para reabrir a sala mais importante do acervo, onde fica a instalação do dinossauro Dino Prata. A meta era chegar a R$ 100 mil.
Dois séculos de história
O Museu Nacional é uma instituição autônoma, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro e vinculada ao Ministério da Educação. Como museu universitário, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem perfil acadêmico e científico.
O museu contém um acervo histórico desde a época do Brasil Império. Destacam-se em exposição:
- o mais antigo fóssil humano já encontrado no país, batizada de «Luzia», pode ser apreciado na coleção de Antropologia Biológica, entre outros;
- a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I;
- a coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina;
- as coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais.
O Museu Nacional foi enredo da Imperatriz Leopoldinense no carnaval de 2018
Repercussão
O presidente Michel Temer enviou nota sobre o incêndio: «Incalculável para o Brasil a perda do acervo do Museu Nacional. Hoje é um dia trágico para a museologia de nosso país. Foram perdidos duzentos anos de trabalho, pesquisa e conhecimento. O valor para nossa história não se pode mensurar, pelos danos ao prédio que abrigou a família real durante o Império. É um dia triste para todos brasileiros».
Em nota, o Ministério da Educação lamentou «o trágico incêndio ocorrido neste domingo no Museu Nacional do Rio de Janeiro, criado por Dom João VI e que completa 200 anos neste ano. O MEC não medirá esforços para auxiliar a UFRJ no que for necessário para a recuperação desse nosso patrimônio histórico», diz o comunicado.
A Fundação Roberto Marinho lamentou profundamente a destruição de um dos maiores acervos arqueológicos, etnográficos, científicos e culturais do país. «É uma tragédia e uma perda irreparável hoje e para as futuras gerações. Perde o patrimônio histórico e cultural, perde a ciência, perde a educação, perde o Brasil, perde o mundo», diz em nota.
O governador Luiz Fernando Pezão também se pronunciou: «É um dia de profunda tristeza para todos nós brasileiros. Difícil expressar tamanha perda de construção e acervo de valores inestimáveis. Perdemos uma referência do país. Perdem o patrimônio histórico mundial, a cultura, a ciência, a educação. Perdem os brasileiros e o mundo. Manifesto a minha solidariedade aos funcionários do museu».
O prefeito Marcelo Crivella se manifestou por uma rede social: «Trágico incidente que destruiu um palácio marcante da nossa história. É um dever nacional reconstruí-lo das cinzas, recompor cada detalhe eternizado em pinturas e fotos e ainda que não seja o original continuará a ser para sempre a lembrança da família imperial que nos deu a independência, o império, a primeira constituição e a unidade nacional».
O ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, disse à GloboNews que um contrato de revitalização do Museu Nacional foi assinado em junho, mas não houve tempo para que o projeto pudesse acontecer, e a «tragédia» fosse evitada. Segundo ele, houve «negligência» em períodos anteriores.
De acordo com a assessoria de imprensa da UFRJ, o reitor Roberto Leher, diretores e diversos especialistas do Museu Nacional foram à Quinta da Boa Vista acompanhar o trabalho de combate ao incêndio. Ao G1, a assessoria afirmou que os especialistas estão auxiliando os bombeiros a identificar a localização dos diversos itens do acervo do museu, e vários itens do acervo foram retirados. A assessoria do reitor afirmou que ele está acompanhando os trabalhos e, por isso, ainda não poderia se pronunciar.
La historia del Museo Nacional de Río de Janeiro y las millones de piezas perdidas en el fuego
Ayer por la noche un incendio destruyó el bicentenario Museo de Historia Natural y Antropología de Brasil , en Río de Janeiro, y consumió consumió las riquezas que allí se exhibían. Este incidente causó gran conmoción entre los brasileños que se expresaron en las redes y, así, Museu Nacional se convirtió en la principal tendencia en Twitter en el país vecino.
La importancia que tiene para la sociedad reside en que se trata de la institución científico-cultural más antigua dentro del territorio brasileño. Este año cumplió 200 años; fue creado por el rey Dom João VI el 6 de junio de 1818 bajo el nombre de Museo Real. En ese entonces, estaba situado en el Campo de Sant’Anna, en el centro de la ciudad y por su gran valor, se consolidó como una institución que contribuía al progreso cultural y económico de Brasil.
En 1892 fue trasladado al Palacio de São Cristóvão, un complejo de estilo neoclásico. Como allí está rodeado por los jardines de la Quinta de Boa Vista, también se lo conoce como el Museo de la Quinta de Boa Vista.
El palacio de tres pisos había servido de residencia a la Familia Real portuguesa entre 1808 y 1821, cuando la Corona escapó de Lisboa hacia Brasil por la invasión de las tropas francesas de Napoleón Bonaparte. Luego, entre 1822 y 1889, albergó a la familia imperial brasileña y fue sede de la primera Asamblea Constituyente Republicana, entre 1889 y 1891, antes de que el edificio fuese destinado al museo.
Albergaba invaluables colecciones de paleontología, antropología y arqueología, compuestas por cerca de 20 millones de piezas, lo que lo convirtió en el mayor museo de historia natural y antropológica de América Latina. También exhibía numerosos esqueletos de dinosaurios, el fósil humano más antiguo encontrado en Brasil (bautizado «Luzia»), de artefactos greco-romanos y vastas colecciones de arte egipcio (la mayor de América Latina). De hecho, el último emperador de Brasil, Pedro II otorgó al museo piezas de arte egipcio que obtuvo en sus expediciones.
Actualmente está administrado por la Universidad Federal de Río de Janeiro (UFRJ) y vinculado al Ministerio de Educación. Ofrecía cursos de posgrado en áreas como la antropología social, arqueología, botánica, geología, palentología y zoología.
El Museo Nacional estaba muy golpeado por la crisis económica del país por lo que llegó a cerrar durante dos semanas en 2015 por la falta de recursos. Su director Alexander Kellner se quejaba constantemente de la falta de dinero, que dificultaba el mantenimiento del histórico edificio.
Dias Duarte dijo sentir, entonces, «un desánimo profundo» y una «inmensa rabia». Y afirmó: «Todo el archivo histórico, que estaba almacenado en un punto intermedio del edificio, fue totalmente destruido. Son 200 años de historia que se fueron».